Making off - Geraldo Melo
Mandei construir uma
arquibancada com um perfil de alumínio. Na parte de
trás, forramos com plásticos bem esticados vermelho e
azul. Na frente, colocamos formicas brancas e brilhantes
para criar reflexos intensos. Para os modelos utilizei 4 cabeças de flash com 1.500wts cada, e todas com bandor ( ou seja, bandeiradas para iluminar exclusivamente parte dos rostos e capacetes, todas evidentemente por trás, para manter o contra luz. Tinha que regular bem todas as luzes para não ter pesos absurdos. Para o fundo, regulei os flahs para que o diafragma fosse 11, para os pontos que queria ressaltar, como as cabeças dos modelos, regulei para que o diafragma fosse 16, e para o fundo onde o homem estava em pé, deixei que a luz chegasse a uma intensidade maior, para um diafragma 22. Como escolher o diafragma correto para colocar na maquina?. Precisava de uma luz com muita intensidade atras, para dar sensação de luz do dia, então utilizei o diafragma entre11/16. Porque? Teria a luz passando pelos plásticos de forma suave e normal, nas cabeças dos modelos uma luz um pouco mais intensa, mais sem muito choque visual. E no fundo, onde o flashmetter acusava 22 de diafragma, a luz bem estourada. Com um pequeno aparato, um assistente jogava fumaça. A maquina utilizada foi uma Hasselblad, com uma lente 150mm, filme EPP 120 mm (cromo) e depois ampliado para um 8x10 polegadas para acentuar o grão e o contraste. Vai para Home-page de Geraldo Melo O primeiro making off, continua publicado abaixo. |
Porém alguns problemas
são verdadeiramente especiais, e um deles foi uma foto
que fiz para o Banco Prime. Olhei o Layout e vi que não
seria nada fácil.. Não tinha tempo de ensaio, pois o prazo era apertado e o mocapista (Marcelão), entregou a armação em cima da hora. Tinha um produtor gráfico a minha espreita, um diretor de arte, e um cidadão do fotolito que a cada cinco minutos ligava para o estúdio para saber se o material já estava pronto. Fundo preto pronto, coloco a lâmpada encaixada no mocape, e rapidamente vejo que era impossível fotografar de forma tradicional. A lâmpada espelhava todo o estúdio. Não podia utilizar fosqueadores, precisava da transparência para ver com nítidez os componentes de dentro. Era evidente que eu deveria fotografar por partes. .Ou seja, uma exposição para o condutor acesso, outra para os componentes do interior da lâmpada, e uma exposição para a lâmpada(bojo). Para a luz da roupa bastava os rebatedores, pois era só para insinuar. Precisava separar o bojo do resto, com um cristal, cortei a lâmpada na base, colada a rosca. E descobri que a lâmpada explodia quando em contato com o ar. Depois de vários testes, descobrimos a solução para acende-la. Colocamos um pequeno fio (tipo o que corta isopor), no lugar do existente, e com cinco pilhas das grandes em série fizemos com que o fio acendesse. Começava a ficar mais fácil. Com a lâmpada dividida em duas comecei uma serie de exposições. Na primeira exposição, apaguei todo o estudio, liguei apenas as baterias em série, acendendo assim só o fio. Trabalhei com 30 segundos de velocidade e 45 de diafragma. Para a segunda exposição, que tinha a funcão de iluminar os componentes, coloquei uma cabeça de flash na lateral, e dois isopores dos lados. Fotografei com velocidade de sincronismo, e 45 de diafragma. Restava tirar o reflexo da lâmpada na terceira exposição. Entendi que nenhuma regra de iluminação valeria no momento, e como estava com a lâmpada cortada resolvi pinta-la de preto fosco. Se pintasse por fora qualquer defeito seria visível e, então joguei a tinta por dentro da lâmpada em boa quantidade, deixei escorrer e secar. Estava pronto para a terceira exposição. E com uma cabeça de flahs rebatendo em um isopor curvo fiz o contorno em volta da lâmpada. Porque pinta-la de preto?. O preto serve como mascara é onde o filme não imprime, logo o único registro que estava imprimindo nesta exposição era o cortorno desenhado pelo isopor. E nas outras exposições, só foi registravdo o que não era preto. Minha sorte foi que toda traquitana montada estava em fundo preto, ou seja me dava liberdade de trabalho sem a obrigação de fazer mascaras muito complicadas. A maquina utilizada foi uma 4x5, Sinnar P2, com uma lente 240mm Schneider. Geraldo Melo Vai para Home-page de Geraldo Melo E-mail [email protected] |